A História da Minha Morte- parte II

terça-feira, 27 de dezembro de 2011
O dia amanheceu; ao contrário do que eu estava acostumada, não ouvia o tranquilo cantar dos pássaros, e sim uma senhora, toda vestida de vermelho escuro abrir as cortinas do quarto. Lá fora, tudo parecia meio cinza, meio desconcertante, então eu senti mais falta do cantar dos pássaros; apenas para justificar a constante ironia dos fatos, a mulher se virou; era a rameira do diabo. Ela sorriu para mim, e apesar de não gostar muito dela, sorri de volta. Senti que iria precisar de uma amiga no inferno, mesmo que fosse a prostituta do diabo.

Ela se sentou ao é da cama, e me disse:
-Você deve ser bem importante. Por que esta disfarçada de Humana? Sabe, aqui é o inferno, não precisamos usar disfarces como no mundo lá fora
-Você não é humana?
-Você é?
Ficamos alguns segundos apenas trocando olhares, perplexas.
-Eu sou um anjo caído, assim como Lucifer. Nossa, você realmente deve muito importante; humana, viva, no inferno, e não é escrava.
-Escrava?
-Bem, os humanos que cometeram pecados em suas vidas, depois de terem seus corações pesados, vem para o inferno- ela explicou- assim, Lucifer os escraviza. Ele pretende um dia dominar o mundo.
Eu não pude deixar de pensar "O Pink e o Cérebro; o Cérebro e o Pink..."
-Na verdade, eu não fiz nada- disse
-Bem, não importa; Parece que ele quer te ver rapidamente, por que está esperando por você no salão, para tomar café da manhã. Ele não sabe o que humanos comem, e considerando o horário, achei melhor fazer algo não tão pesado quanto um almoço, mas mais substancial que um café da manhã: pássaros.
  Assim, ela se levantou e foi até o imenso guarda roupa; eu fique assustada por não perceber a mobília ontem: era tudo de camurça verde escura, até mesmo a roupa de cama, com detalhes minimalistas em dourado. Era perfeito demais. Era uma obra divina.
  Ela retirou um vestido parecido com o seu, no que se dizia a parecer um vestido das rainhas Tudor; parecia que o inferno tinha parado no tempo, no que se refiria às roupas; porém o meu modelo, não e verlho: era todo azul, em cetim, com o que pareciam ser desenhos indianos, em um tecido camurça verde-água.
  Ela ajudou a me vestir; assim como nos filmes antigos, temos as roupas de baixo, medievais; as combinações, meia dúzia de náguas, um vestido por cima... Então, eu dei falta de minhas roupas:
-O que houve com minhas roupas?
-Lucifer ordenou que fossem queimadas. Você usa calças?
O silêncio foi pertubador. Era algo entre o mais completo nada e o som o universo.

Então, lá estava eu, no mais longo corredor que eu já vira: tinha um cheiro de laranja, bem diferente do que eu esperaria. Era estreito e longo, o chão de madeira escura, com um tapete cinza escuro, e as paredes, de camurça amarela. Eu me virei e vi minha nova amiga:
-Você não me disse o seu nome- ela concluiu
-Samantha, e o seu?
-Eu sempre me pergunto isso. Quando um anjo cái, ele perde seu nome, e pode inventar um novo. Mas sou chamada apenas por "psiu" ou "venha aqui"... Nunca precisei de um. Acredite, tanto aqui quanto no mundo, nenhuma prostituta é valorizada.- Ela terminou, dando de ombros.

Então, lá estava eu, indo me encontrar com Satã
 
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BJS caramelados,
 
Patty

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